Histórico de Aracaju Sergipe - SE
A história da capital de Sergipe, Aracaju - antigo
povoado Santo Antônio de Aracaju, é uma das mais inusitadas. Sua
fundação ocorreu inversamente ao convencional. Ou seja, não surgiu de
forma espontânea como as demais cidades, foi planejada especialmente
para ser a sede do Governo do Estado. Passou à frente de municípios já
estruturados, principalmente São Cristóvão, do qual ganhou a posição de
capital. Acredita-se que uma capelinha, a Igreja de Santo Antônio,
erguida no alto da colina, tenha sido o início da formação do arraial
que se transformaria depois na capital do Estado.
A cidade de Aracaju, surgiu de uma colônia de
pescadores que pertencia juridicamente a São Cristóvão. Seu nome é de
origem tupi, e, segundo estudiosos da língua indígena, significa
cajueiro dos papagaios.
Por ter o privilégio de estar localizado no litoral e
ser banhado pelos rios Sergipe e Vaza-Barris, o pequeno povoado foi
escolhido pelo presidente da província, Inácio Joaquim Barbosa, para ser
a sede do Governo. Deixou para trás, além de São Cristóvão, grandes
cidades como Laranjeiras, Maruim e Itaporanga d'Ájuda.
Inácio Barbosa assumiu o governo em 1853 com o desejo
de fazer prosperar ainda mais a província. Ele sabia que o
desenvolvimento do Estado dependia de um porto para facilitar o
escoamento da produção. Apesar do desenvolvimento econômico e social de
várias cidades no Estado, faltava essa facilidade. O presidente da
Província contratou o engenheiro Sebastião José Basílio Pirro
(homenageado com nome de rua em Aracaju) para planejar a cidade, que foi
edificada sob um projeto que traçou todas as ruas em linha reta,
formando quarteirões simétricos que lembravam um tabuleiro de xadrez.
Com a pressa exigida pelo Governo, não houve tempo
para que fosse feito um levantamento completo das condições da
localidade, criando erros irremediáveis que causam inundações até hoje. O
projeto da cidade se resumia em um simples plano de alinhamentos de
ruas dentro de um quadrado com 1.188 metros. Estendia-se da embocadura
do Rio Aracaju (que não existe mais), até as esquinas das avenidas Ivo
do Prado com Barão de Maruim, e a Rua Dom Bosco, antiga São Paulo.
A cidade cresceu inflexível dentro do tabuleiro de
xadrez. Aterrou vales e elevou-se nos montes de areia. Foram feitas
desapropriações onerosas e desnecessárias, para que o projeto mantivesse
a reta. A única exceção foi uma alteração imposta pelo próprio
presidente, permitindo que a Rua da Frente ganhasse uma curva, criando a
bela avenida que margeia o Rio Sergipe.
As terras de Aracaju originaram-se das sesmarias,
doadas a Pero Gonçalves por volta de 1602. Compreendiam 160 quilômetros
de costa, que iam da barra do Rio Real à barra do Rio São Francisco,
onde em toda as margens do estuário não existia uma vila sequer. Apenas
eram encontrados arraiais de pescadores. Há notícias de que às margens
do Rio Sergipe, em 1669, existia uma aldeia chamada Santo Antônio do
Aracaju, cujo capitão era o indígena João Mulato.
Quase um século depois, essa comunidade encontrava-se
incluída entre as mais importantes freguesias de Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro do Tomar do Cotinguiba.
Os fatos mais relevantes da vida política de Aracaju
estão registrados a partir de 1855. O desaparecimento das lutas e
agitações da vida colonial possibilitou o crescimento da economia. O
açúcar, produto básico da província, era transportado por navios que
traziam em troca mercadorias e as notícias do reino.
Gentílico: aracajuano
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Aracaju, pela lei provincial nº 473, de 28-031837.
Elevado à categoria de município e capital do Estado
de Sergipe, pela lei provincial nº 473, de 17-03-1855. Sede no atual
distrito de Aracaju. Constituído do distrito sede.
Pela lei municipal nº 84, de 27-01-1903, são criados
os distritos de Barra dos Coqueiros e Porto Grande e anexado ao
Município de Aracaju.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o
município aparece constituído de 3 distritos: Aracaju, Barra dos
Coqueiros e Porto Grande.
Assim permanecendo nos quadros do Recenseamento Geral de 1-1X-1920.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o
município aparece constituído de 2 distritos: Aracaju e Barra dos
Coqueiros. Não figurando o distrito de Porto Grande. Assim permanecendo
em divisão territorial datada de 1-VII-1950.
Pela lei estadual nº 525-A, de 25-11-1953, desmembra
do Município de Aracaju o distrito de Barra dos Coqueiros. Elevado à
categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Fonte: site do IBGE